domingo, 3 de maio de 2015

A era do COG

Com os padrões se multiplicando, está quase impossível acompanhar tudo o que acontece no mundo das bikes.
Primeiro foram as rodas que saíram do 26 para 29, depois 27,5 e agora os novíssimos 27,5+ e 29+. O que? Não sabia? hummm assunto para outro post.
Agora são as relações. Não aquelas complicadas com as esposas e namoradas, mas sim as "simples" e diretas que usamos nas bicicletas. Estamos falando de cassete, corrente e coroa.
Desde o início dos tempos, a multiplicação das marchas ou "velocidades" era sinônimo de inovação, de avançado e de melhor. Então as bikes evoluíam das 6v, 8v, 10v, 15v, 18v para as 24v, 27v e depois as de 30v. De repente veio alguém e disse que 20v era melhor que 30v e complicou-se o também mundo das relações nas bikes.
As marchas diminuíram, mas as configurações se multiplicaram e agora conseguimos configurar o tamanho das marchas do cassete e também das coroas dianteiras buscando sempre a eficiência e a redução de peso.
O fato é que na prática ficou mais complicado decidir a melhor combinação para o estilo pessoal de pedal.
A grande novidade agora são as relações de 10 e 11v. Na busca incansável por deixar a bike mais leve, muita gente está simplesmente eliminando câmbio dianteiro, passador, conduítes e deixando apenas uma coroa na frente.

E para compensar a falta de marchas, é tirado um dos pinhões do cacete (normalmente o 15T) e acrescentado o tal COG.
COG são pinhões grandes, normalmente entre 40 e 45 dentes acrescentados ao cassete para deixar as relações mais leves (no sentido de pedalada e não de peso). Os mais comuns são os de 42.

Como estamos na era da imagem, vamos às fotos das adaptações de alguns amigos que estão bem satisfeitos com o resultado.

Aqui uma Specialized Epic:
ANTES:

E Depois:

Foi instalado uma coroa Wolf Tooth no pedivela (ela tem um desenho que não deixa a corrente pular)

E retirado o 15T do cassete para a inclusão do COG 42T, também Wolf Tooth.


Após a instalação do cassete, precisa regular o cambio....pra isso ele vem com um "B-screw" mais longo, com 25mm. Esse aqui:


Para regular o tamanho da correte, existe um macete!
Se for uma hard tail, normalmente se aumenta 4 elos na corrente, mas é preciso medir e colocar a corrente no primeiro e último pinhão do cassete para garantir que não haverá problemas.

No caso da Full, o processo é o mesmo, mas é feito com a suspensão traseira vazia, garantindo assim o maior fechamento do quadro.

A relação escolhida aí de cima, requer que o biker tenha um pouco mais de perna. Essa aqui abaixo já é pensando em trilhas mais cavernosas e não só no estradão básico do XC.


O princípio é exatamente o mesmo, apenas com uma configuração diferente. A coroa da frente com 30T e o COG com 42T.
Essa foi a coroa usada.

O "recurso tecnológico"ficou por conta de uma segunda coroa escondida, já que o pedivela originalmente é para uma relação de 20v e não 10.




Qual foi a ideia do biker. Como a relação 30X42 dá conta de 95% do pedal, ele vai usar a 24X42 só em casos extremos e aí a mudança da corrente é feita na mão mesmo, ou seja, não tem câmbio dianteiro também, e a "coroinha" é apenas um recurso para uma eventual falta de perna. Bacana, não?

Recentemente a OneUp lançou seu COG de 45T



Este é específicos para relações 1X11.

O ponto que fica é que não está mais dando para entrar em uma loja e comprar uma bike simplesmente. As relações padrões de fábrica já não satisfazem os entusiastas.
As lojas que tiverem a sacada de, facilmente, customizar a relação para o cliente irão sair na frente.

Você tem algum histórico de configuração de relação? Manda pra mim. Vou migrar dentro em breve de 30 e não sei qual relação escolher.

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