domingo, 22 de novembro de 2015

Specialized Test The Best - Zoom Bike Park

Nos dias 21 e 22 de Novembro, aconteceu o evento "Test The Best" da Specialized no Zoom Bike Park em Campos do Jordão.

Neste evento ficaram disponíveis praticamente todas as bikes top de linha para todos os estilos seja ele estrada, XC, trail ou enduro. Foram 80 bicicletas para agradar qualquer tipo de biker do iniciante ao profissional.


A nossa aventura começou cedo. Saímos de Campinas às 6h00 da matina com a previsão do tempo mostrando 100% de chances de chuva em Campos.
Na estrada a única certeza que eu tinha era que iria pedalar independente da condição do tempo.


Então colocamos um som bacana e seguimos nosso caminho certos de que o dia seria memorável.


Na serra de Campos do Jordão, o clima piorou bastante. Neblina, frio e muita água chegaram a colocar uma ponta de dúvida se a viagem realmente valeria à pena.


Chegamos em Campos por volta das 10 da manhã e a boa notícia era que não estava caindo água, mas estava tudo molhado.



Com indicações precisas, não foi difícil encontrar o Bike Park e logo chegamos ao Zoom.
O evento, que tinha começado às 8h00, mostrava que a galera não se intimidou com tempo e caiu pra dentro. Quando chegamos, mais de 40 bikers já estavam nas trilhas.




Antes de falar das bikes, vamos falar um pouco do bike park.
O Zoom Bike Park fica dentro do Aventura no Rancho, um local para quem gosta de curtir a natureza. 
Você pode levar a família e andar a cavalo, a pé nas trilhas, fazer arvorismo, tirolesa, paintball e rodar de quadriciclo. Quem curte esse tipo de lazer não ficará decepcionado.





Já para quem é adepto da pedalada, o bike park possui 17 trilhas de variados níveis totalizando 26 km de extensão e mais de 2000 m de desnível. Pura diversão. Várias pontes de madeira e alguns Wallrides tornam ainda mais divertido os passeios. Quase todas as trilhas são singles.









Alguns rock gardens e pequenos drops servem de cerejas para o bolo.
Os caminhos são todos sinalizados e logo após o primeiro passeio, já nos situamos completamente dentro do parque.
As trilhas possuem cores para mostrar o grau de dificuldade e placas de contramão diminuindo muito as chances de acidentes entre os ciclistas (é bom respeitar). Realmente muito legal. 

O que senti falta no parque foi de um banheiro maior (somente 1 sanitário e 1 chuveiro estão disponíveis hoje) e de pelo menos uma pista mais técnica.

Apesar de muito divertida, para a galera do enduro acostumada com trilhas como JAPI, por exemplo, não existe nada muito desafiador, o que no fundo é bom, pois o objetivo do parque é que ninguém se quebre todo lá! rs

Vale muito à pena tirar um dia para rodar por tudo. Com certeza voltaremos.

Voltando ao evento da SPZ, o primeiro elogio vai para a organização no local. 
Você chega, faz o check in e o pessoal já tem no seu cadastrado o peso e altura. Com isso na tela deles aparecem as bikes adequadas ao seu tamanho que estão disponíveis no momento. Você escolhe e depois é só ir na oficina para fazer o setup.


O segundo elogio é para a parte de setup.
Já participei de outros "demo days" e nunca vi uma turma tão empenhada em deixar a bike perfeita para você.
O pessoal pegava a bike, lavava, re lubrificava, conferia o câmbio e ajustava a suspensão para o seu peso. Claro que o autosag facilitou muito a vida dos mecânicos, mas o importante era que a bike ficasse com a sua cara. A galera também era muito atenciosa. Conversava, explicava, colhia impressões, enfim, ambiente excelente.

Infelizmente eu não fui informado que era para se levar um pedal de casa e acabei tendo que andar com plataforma ao invés do clip que estou acostumado. Vi que essa informação chegou de alguma forma para alguns convidados e fica a sugestão para a SPZ, mandem um e-mail antes do evento para o pessoal com esses detalhes. Facilita.

Agora sobre as bikes. 

Antes de começar, legal entender de quem são as opiniões que serão dadas.
Fomos em dois caras acima de 40 anos que pedalam há mais de 15 anos em trilhas. Pelo menos nos últimos 5 anos estilo enduro mesmo. Eu até me aventuro em algumas pistas de DH.

Ambos temos bikes full com curso longo (GT Sensor e Trek Remedy) e o nosso estilo de pedal é diversão. Nenhum dos dois compete regularmente ou tem objetivo principal de melhorar performance. Nosso pedal é quase um happy hour com os amigos. Rodamos rigorosamente toda a semana pelo menos uma vez.
Agora que nos situamos, vamos falar de bikes!

As duas primeiras bikes a serem testadas foram a Enduro Expert Carbon 650 (R$ 36.000,00 e a Camber FSR S-Works 29 R$ 58.000,00).






Sempre tive a impressão que bikes mais agressivas (até 65˚ de headtube) como a enduro perdiam muito na subida e essa foi uma grata surpresa. A Enduro 650 sobe bem e não fiquei sofrendo como imaginava. Eu teria essa bike sem problema nenhum. Nas descidas ela é exatamente o que eu esperava. 
Estável, de curso longo e com centro do pedivela alto, é fácil passar pelos obstáculos. Sendo assim o passeio foi sem sustos e muito divertido.

A Camber, para o meu companheiro foi uma descoberta. Com fama de bike de XC "com o pé" no enduro, essa talvez tenha sido a grande surpresa do dia. A bike subiu bem demais. Eu peguei ela em outra ocasião e pude comprovar que realmente ela é capaz de muito mais do que parece.

Mesmo ela sendo 29 (que a turma do enduro não morre de amores), mesmo com a suspa rockshox invertida de 120 mm (com esse curso os endureiros nem consideram essa bike nas suas compras) ela foi muito bem tanto nas subidas quanto nas descidas.


Eu e meu amigo fizemos de tudo nas trilhas. Trechos técnicos, drops, rock gardens e várias subidas. O pessoal acertou muito no geometria e nos equipamentos dessa Camber. Não sei como ela se sairia em trilhas mais técnicas, mas acredito que com um pneu certo, ela não fica devendo nada para as outras, principalmente em mãos amadoras como as nossas. 

O meu ponto ruim foi o centro do pedivela baixo e com isso ela veio pegando em tudo que era pedra ou barranco. Em um trecho quase fui jogado quando o pedal bateu em uma pedra. Também fez parte da diversão.

Ainda testamos a Fuse Pro 6Fattie (R$ 17.900,00) que nada mais é que uma HT 27,5" de alumínio com 160 mm de curso, pneus 3.0 e aros de 38 mm. Essa largura de aro dá aquela aparência mais gordinha e por isso chamada de fattie ou 27,5+.





Nosso amigo gostou muito e a teria como uma opção para a HT, mas nunca para substituir uma full. O pneu 3.0 realmente aumenta o grip nas descidas e a bike não deixa você na mão, mas de novo, não é uma full.

Depois foi vez foi a StumpJumper S-Works FSR 29 (R$ 54.000,00).
A Stumpy é talvez a mais consagrada bike da SPZ. Não tem quem não goste. A minha dúvida era sobre o fato dela ser 29 e não 27,5. Andei em uma XL (não tinha L disponível no momento e eu não quis esperar) e fiz todas as trilhas normalmente. É verdade que me senti andando de girafa, mas isso não tirou o prazer da pedalada. A bike sobe bem e desce bem e vejo ela e a Camber disputando o mesmo público. 
Andando nessa bike tive duas certezas. O tamanho ideal de roda para mim é 27,5"e não 29" e com certeza a bike que melhor se encaixa para o meu tamanho (1.85 m) é a L.




Quase no final do evento, conseguimos, finalmente, pegar as disputadíssimas Fatboy.




Andamos na Comp Carbon (R$ 19.000,00) e na Trail (R$ 15.000,00).
Elas foram divertidas e eu as defini como um jeep willys. Não é o carro ideal para fazer compras, ir ao trabalho ou buscar os filhos na escola, mas no sábado de manhã na trilha dá pra se divertir muito com ele.
As Fat são 26" com pneus 4.6. Nasceram para serem bikes de neve, só que quando a neve acabava, os donos continuavam usando as bikes na terra e a moda pegou. 
A Trail possui uma suspensão dianteira pequena (70 ou 80 mm eu imagino) e o command post (dropper). A Comp Carbon possui garfo rígido de carbono e não possui o dropper.

Nas descidas a falta de suspensão da carbon cobra seu preço e meu amigo (que foi com ela) sentiu cada irregularidade do terreno. O pneu 4.6 amortece um pouco, mas está longe de fazer o trabalho de uma suspensão então considerei essa uma fun bike, ou seja, uma bicicleta para tirar uma onda de vez em quando.

Apesar de muita vontade, não andei na StumpJumper S-Works FSR 6fattie (R$ 51.000,00). Além de disputada, ficamos das 10h00 da manhã até às 17h00 rodando e com isso não tínhamos mais pernas para mais uma volta.

Aqui o Video do rolê: https://youtu.be/3zwqDtrlncM

De qualquer forma, valeu.

O balanço do passeio para nós seguem nos pontos abaixo:
1 - Bike agressiva (até 65˚ de ângulo de headtube) não é tão ruim para subir quanto eu imaginava
2 - 29" não é péssimo para enduro, mas ainda prefiro 27,5" com certeza
3 - A Camber melhorou muito e a bike surpreendeu. Ela e a Enduro 27,5" foram nossas bikes prediletas
4 - Bike full definitivamente é mais legal que HT, principalmente para quem procura diversão e não performance
5 - A relação 1x11 não é para mim. Precisa ter mais perna que eu para andar com isso aí! rs
6 - O Reverb dá de 10x0 no Command Post da SPZ
7 - Pedal plataforma não é tão ruim quanto eu imaginava. Dá pra usar sim mesmo nos trechos técnicos. Mas senti falta do clip nas subidas. Se ele escapar e pegar na canela ou na panturrilha, você está ferrado!
8 - Sempre que eu for em um demo day, qualquer que seja, irei levar meus pedais
9 - O Brain é massa, mas ainda prefiro o CTD onde eu decido como a bike vai se comportar

Valeu BikeFan pelo convite. Sempre que tiver algum desses pode chamar que estaremos dentro!

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Trilha em Brigadeiro Tobias - Sorocaba

Fizemos um pedal bem interessante em Brigadeiro Tobias, um distrito de Sorocaba.


A primeira dica é NÃO usar o GPS para tentar chegar lá. Coloquei as coordenadas (e tenho certeza que fiz certo) e o GPS nos fez dar algumas voltas pelas rodovias nos lançando 47 km longe do ponto de encontro.
Então a forma mais fácil de chegar é acessar a Castelinho para Sorocaba. Ainda na Castelinho, pegar a saída 7 ( Votorantim/Aluminio). Esse acesso te levará até a Rodovia Raposo Tavares. Pegue a Raposo sentido São Paulo. Siga as placas de Brigadeiro Tobias (saída 90).
Depois siga à direita pela paralela à rodovia. Na Avenida Bandeirantes em mais ou menos 1,5 Km seguir as placas do "Bairro Inhaíba". Procure pelas placas do Pesqueiro Mata Virgem.
Deixamos os carros no Pesqueiro (R$ 5,00) de estacionamento. Lá a cerva não estava no grau e só as porções de linguiça caseira e batata frita valem à pena. Corram da porção de picanha!

Enfim, chegamos 1 h atrasados e iniciamos o pedal com alguns olhares de reprovação (mal galera!).

É claro que já na primeira subida ninguém lembrava mais de nada.






Antes de falarmos da trilha em si, um ponto de atenção. A região é local de trilha de moto, quadriciclo e jeep, então é bom não fazer curvas na contramão e estar sempre atento aos barulhos. Acidentes entre bike e veículo automotor costumam ser sérios.

O fato de rodarmos em uma fazenda é que existem inúmeras variações de caminhos e descidas. A que tentamos fazer priorizava as melhores descidas e por conta disso, acabamos subindo por trechos "impedaláveis". Aumenta muito o desgaste físico quando se tem que empurrar as bikes por subidas de até 18% com erosões e pedras (ideais para descer e não subir).

Ainda tivemos o agravante de pegarmos o pico da secura no clima. Com quase 30 dias sem nenhuma gota de chuva na região, o pó (tipo talco) e a baixa humidade tornaram o desgaste ainda maior.

Foram 25 km com quase 900 m de altimetria, mas a sensação era de ter rodado uns 80 km e subido uns 1500 m.

Aqui a trilha no STRAVA


Mesmo assim, pra quem gosta de single técnico, esse é um prato cheio. Os amigos que acabaram de voltar de Whistler classificaram os trechos como black, ou seja, para experientes. Definitivamente não é um pedal para iniciantes ou iniciados.

O primeiro trecho de descida, conhecido como DH do Sol é um Rock Garden insano de pouco mais de 1km de pura pedra. Soltas, presas, grandes, pequenas de todas as cores e formas. Ali ou desce moendo ou desce empurrando. No meio termo não dá. Muito bom.

Passamos ainda pelos singles do Apiário, kamikaze I e II.

Editei um video com os melhores momentos:


* O YouTube me obrigou a tirar a música... uma pena!

Aqui umas fotos do local:










Tivemos alguns pneus furados por causa das pedras e nenhum acidente grave (só aqueles para darmos risadas).
O inédito foi uma sapatilha que perdeu o taco inteiro

O trecho do apiário não tem esse nome à toa, então é bom tomar cuidado, rodar em silêncio e não levar alérgicos lá, pois o risco é grande. Existem inúmeras caixas de abelhas espalhadas por todo o local e muito próximo à estrada.



Tirando o pó, realmente o pedal foi bem bacana. Duro, mas recompensador.
Olha como ficamos nós e as magrelas



Na volta, o pesqueiro (ainda no preço do estacionamento) oferece um chuveiro e um local para trocar de roupa, então foi possível entrar no carro limpinho e cheiroso (no meu caso que tinha levado o kit anti cascão)

Mais uma trilha pro CV. Vamos para a próxima.