terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Canondale Jekyll 4 2015

Hoje testamos em uma de nossas trilhas prediletas a Jekyll 4 2015 27,5.


Essa bike vem de fábrica com a alma All Mountain.
Suspensões de 160 mm, não dá para confundir ela com bike de XC.
O que mais se pôde notar na geometria de AM (que a Cannondale insiste em chamar de Overmountain???????????), é que ela é uma bike para descer sem dúvida.
O feliz dono dela andava de spark e a diferença de performance nas subidas ficou nítida. Os 67˚ de ângulo de ataque cobram o seu preço.
É claro que perna compensaria essa questão, mas pedalamos "for fun" e fica um pouco para trás faz parte.
O que mais me chamou à atenção na configuração padrão foram os pneus Schwalbe Hans Dampf Performance na frente o Nobby Nic na traseira. São excelentes para trilhas técnicas e de ótimo grip.
Com uma RockShox Pike na frente, ela literalmente engole tudo.
Na trilha de hoje pudemos notar a diferença de performance do nosso amigo que desceu muito mais rápido trechos já conhecidos.
O único upgrade (obrigatório na minha opinião) foi a inclusão do dropper. Hoje também item obrigatório da turma de AM.
O ponto negativo foi, mesmo o quadro possuindo o roteamento interno, ele não foi utilizado. Não sei se uma comida de bola da loja autorizada ou da Cannondale. De resto a bike é um trator.
Essa foi a cara do feliz proprietário ao fim da trilha!


Em outro post falaremos da GT Sensor. Outra novidade no grupo!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Selante Selante Selante

Já falei de selante algumas vezes aqui no blog e gosto de repetir o assunto porque o meu conhecimento aumenta com o tempo, minhas opiniões mudam e com isso consigo trocar mais informações com os leitores.
O meu primeiro post sobre os pneus tubeless foi em 2011.(http://moscajustforfun.blogspot.com.br/2011/04/pneus-tubeless.html) e depois disso as coisas ficaram diferentes.
Esse video aqui explica como colocar selante no pneu. Ele tá fazendo sucesso na web, mas é importante lembrar que trata-se de um pneu continental novo em uma roda crossmark aparentemente nova e as chances de algo dar errado nesse cenário são baixas.
Então colocar selante em rodas usadas com pneus usados não é tão simples quanto parece! segue o video
O principal problema de fazermos isso em casa é porque conheço pouca gente que tem um compressor e, em geral, os do posto não funcionam já que não soltam um grande volume de ar de uma vez.
Se mesmo assim você quiser se aventurar, segue uma ideia para fazer um "compressor" caseiro para isso.... rs


Aqui um video da Stan (um dos maiores fabricantes de selante do mundo) um pouco mais perto da nossa realidade! Rodas e pneus usados e sem tanto glamour no processo.


Bom, agora a minha opinião sobre selante.
São excelentes. Acostumei a usar baixas pressões nas pedras e trechos técnicos e isso ajuda bastante o grip. Acostumei a simplesmente não ter que parar para trocar pneu na trilha e isso é bacana, mas..... eles não são infalíveis!
Em um pneu novo tive um corte que o selante não vedou. Com isso perdi o selante do pneu, tive que colocar uma câmara e, mesmo fazendo um conserto, o pneu não suportou mais selante e voltei com câmara nele.
Os pneus USTs são os melhores para se utilizar com selante e também mais caros. Isso é um "contra" do sistema.
Testei os selantes Mariposa, Stan e Joe's. Dos 3 o que menos gostei foi o Mariposa. Demorou mais para selar quando houve furos e secou rapidamente dentro de 4 pneus novos meus e de bikes de amigos. Pior, só descobrimos quando furou e ele não selou (estava seco). Olha aí embaixo!



Hoje estou sem selante devido aos pneus que estou usando e estou sentindo falta tanto das pressões mais baixas quanto de não ter problemas com furos.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Salvo pelo Capacete

Dia maravilhoso!
Todo mundo chegando no horário, céu aberto e uma vontade indescritível de pedalar.
Todos equipados, saímos sem rumo, apenas girando e conversando.


Na escolha das trilhas, descartamos o Comandos em Ação e seguimos para o principal ponto de encontro de Enduro em Joaquim. A pedra partida.
De lá eainda sem rumo, resolvi não economizar cartão de memória e registrar novos ângulos do, com certeza, ponto mais fotografado por mim nos pedais!




Depois de decidir descer os singles, tocamos em frente na maior diversão e sem nenhum susto. Metas pessoais foram quebradas (certo André?) e deu para reparar uma coisa, as pedras cresceram muito. Sim, pode parecer estranho, mas elas cresceram. Com as chuvas, a areia e o barro foram lavados deixando todas as pedras mais aparentes e com isso o trecho velho conhecido nosso já se tornou mais diferente e mais desafiador.
Em um ponto cheio de facões aconteceu um acidente que poderia ter tido um final bem triste e não teve graças ao correto uso do capacete de qualidade.
Durante a descida o nosso companheiro caiu em um facão e a bike deu um hangup, como diriam os downhillers, ou um LR como diriam os motoqueiros ou um paraquedas como a molecada do interior chama a capotada de frente. Quem não entendeu, é uma dessa aqui...

Enfim, nosso amigo deu uma projetada e o foi de capacete direto em um eucalipto. Descobrimos que a densidade do eucalipto é muito maior que a do capacete e olha o resultado!


Aqui vale à pena frisar duas coisas. Primeiro a correta colocação do capacete. De nada adianta ter um top de linha e colocá-lo de forma errada como vejo muitas vezes.
Segue um guia básico para isso:
Atenção para a tira que prende. Ela não pode estar muito frouxa (principal erro cometido).
Em segundo lugar: capacete precisa ser de qualidade. Existem muitas marcas no mercado. Este da foto era um Giro. Gosto também do Bell, Scott, Trek, Met, Lazer, 661, Specialized e Troy Lee. A maioria desses já usei em algum momento da minha vida e nunca tive problemas. Os outros li a respeito e tenho amigos que possuem.
O importante é que o capacete cumpriu o seu papel, será descartado com honras e um novo será adquirido.
O pedal acabou terminando mais cedo devido ao acidente, então mais algumas fotos para fechar o post!




segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Por que as esposas e namoradas não pedalam?

Quase todos os bikers (homens) que conheço e estão em algum tipo de relação estável têm problemas de "alvará" para as trilhas.

Os que pedalam no sábado normalmente não conseguem pedalar no domingo e vice-versa!
Ainda rola aquele tchau rápido no fim de cada trilha, pois sempre estão em cima da hora. Quem faz trilha sabe, horário é uma coisa complicada.
Voltando ao nosso assunto, um dos nossos sonhos de consumo é que nossa cara metade também gostasse da arte de pedalar... de ir para as trilhas, se encher de barro, cair, dar risadas, falar besteiras e conhecer os locais incríveis que conhecemos. Gostar de discutir qual o melhor tamanho de roda e não ficar boiando quando alguém solta "downtube" no meio do bate papo.
A princípio, não é uma tarefa difícil, pois muitas (muitas mesmo) meninas, adoram pedalar. Precisam só daquele apoio inicial e um pouco de paciência nossa.
Se sua parceira não é estritamente cosmopolita e as suas roupas cheias de barro do pedal não lhe causam um horror intenso, há esperança.

Só que faça a coisa do jeito certo. O mais comum que vejo é o cara estragar o único fio de chance de transformar a esposa ou namorada em uma verdadeira mountain biker.

Então vamos às dicas:

1 - A Trilha.
Não leve ela naquela trilha que adoramos com 40 km e 1400 m de altimetria cheia de pedras e valetas. Já vi uns absurdos desses e essa é a melhor forma de transformar aquele leve sentimento de admiração pela bike em um ódio mortal. Lembre que pedalar é se divertir, não sofrer! Leve ela em uma trilha fácil, sem grandes subidas, pedras e perigos. O gosto pelos desafios virá com o tempo. O ideal é uma trilha de até 20 km com no máximo 350 m de altimetria... de preferência distribuídos pelo passeio! Difícil né?! Mas pense no benefício de levar quem emite o alvará junto com você em todos os passeios! :D


2 - Ajuste o selim dela.
Pode parecer óbvio, mas vejo muuuuito esse erro nas trilhas, sim, nas trilhas... Vai o cara na frente, todo equipado e certinho e a namorada atrás quase morrendo com o banco lá embaixo. Além de cansar pra caramba, deixar o banco muito baixo vai destruir os joelhos dela.
As meninas querem colocar os pés no chão sentadas no banco e isso não é possível. Tem que explicar para elas que você desce do banco (e vai para frente) antes de parar e também faz isso para sair com a bike. Sentar no banco só quando estiver em movimento. Mesmo que elas insistam, é fundamental regular o selim corretamente.


3 - Tamanho da bike.
É comum a garota estar em uma bike muito grande ou muito pequena para ela. Por que isso acontece? Porque ela normalmente não tem bike! Nós, parceiros, é quem vamos arrumar uma para ela iniciar e aí ela acaba ficando com aquela nossa antiga bike ou pegamos emprestado de alguém. O problema é que o bonitão tem 1,90 m e a namorada 1,65 m e é aí que mora o problema.
Uma bike muito grande ou muito pequena vai trazer um posicionamento errado e com isso dificuldade para pedalar (mais esforço), dores nas costas, braços e pescoço fazendo com que o passeio seja um tormento.
Quem não ouviu ou já disse a frase: " Essa bike não é dela, é só para ver se ela gosta da coisa!" Como é que ela vai gostar se o desconforto é enorme? Então se for emprestar a bike de alguém, procure uma pessoa com a estatura parecida. Se vocês tem mais de 10 cm de diferença de altura, sua bike não vai servir para ela!

4 - O selim.
Aqui não tem muito jeito. Vai ter que experimentar. Banco é uma coisa extremamente pessoal. Tenha a opção dos mais confortáveis e largos também e não só os bancos perfomance. Quando passei por isso com a minha esposa, ela preferiu os bancos largos. O que fizemos foi trocar por alguns e ela deu umas voltas ANTES de ir para a trilha. Imagina no meio do mato alguém que não consegue mais sentar na bike? Você não vai querer passar por isso. Então teste antes! Há poucas chances dela gostar do mesmo banco que você.

5 - Comprar uma bike.
Se a sua decisão for realmente comprar uma bike para a parceira, essa não é uma boa hora para economizar muito. Eu sei que a dúvida se ela vai gostar de pedalar ou não ainda perdura e só de pensar em deixar uma bike cara encostada é de doer, mas  comprar uma bike muito inferior aumentam demais as chances dela não gostar do esporte. Então vale à pena investir um pouco mais para ela ter um mínimo de equipamento para se desenvolver.
Não adianta comprar uma bike de ferro, 18 marchas de R$ 200,00 e depois não entender por que ela não quer pedalar de novo. Pergunte-se: você iria para a trilha com essa bicicleta? Seria divertido? Se a resposta for não, pode abrir a carteira. Comprar para ela uma bike muito abaixo da sua é receita para o fracasso.

6 - Equipamento de segurança.
Aqui não é possível economizar. Comprar capacetes ou luvas sempre com selos do INMETRO e de lojas e marcas confiáveis. Lembre-se, é o amor da sua vida que estará usando eles e em uma queda, são eles que evitarão que ela se machuque. Ciclismo tem seus perigos e não é um esporte barato, infelizmente.... ainda mais aqui no Brasil!

Depois de tudo isso, planeje o passeio com calma, em um horário sem muito sol (após às 14h00 ou antes das 8h00) e em um local agradável. Tem que ir aos poucos para que o vírus da bike vá se apossando da pessoa! :)

Tenho alguns amigos que têm o privilégio de ter a esposa como parceira de trilha e é muito bacana ver as meninas encarando o barro e a buraqueira junto com a gente. Isso fortalece a relação e aumenta consideravelmente o leque de viagens para pedalar. Quem não gostaria de ir para Whistler? Com a esposa ao lado será muito mais fácil!